Revenge of the tipping point - Resenha crítica - Malcolm Gladwell
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Revenge of the tipping point - resenha crítica

Revenge of the tipping point Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Psicologia

Este microbook é uma resenha crítica da obra: Revenge of the tipping point: overstories, superspreaders, and the rise of social engineering

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 9780316581479

Editora: Little, Brown and Company

Resenha crítica

As epidemias sociais

Malcolm Gladwell é um dos grandes popularizadores do conceito de “epidemia social”, que ele apresenta no livro “The tipping point”, traduzido para o português como “O ponto da virada”, e retoma em “Revenge of the tipping point”. Esse conceito diz que a melhor forma de entender a adesão em massa a um comportamento é tratando-a como epidemia.

Podemos pensar no surgimento de tendências de moda, ondas de crimes, transformação de livros desconhecidos em best-sellers e qualquer outra mudança que marque a rotina das pessoas. Ideias, mensagens, produtos e comportamentos são coisas que se propagam como um vírus. 

As epidemias sociais seguem três características:

  • possibilidade de contágio;
  • início a partir de pequenas causas;
  • mudanças bruscas.

O autor usa o termo “epidemia” porque esses fenômenos seguem os mesmos princípios que explicariam uma epidemia de sarampo ou de gripe, por exemplo. A epidemia social pode surgir ou desaparecer rapidamente. Esse movimento brusco é o que o autor chama de “ponto de virada”.

A regra dos eleitos

Não são só os vírus que podem nos contagiar. O meio em que vivemos e a personalidade dos outros ao nosso redor também influenciam nossas vidas. É isso que faz com que as epidemias sociais se propaguem. 

O ponto de virada acontece quando pequenas mudanças sociais entram em ebulição. Então, o comportamento das pessoas dá uma guinada e se alastra — ou, quando a epidemia já está no auge, faz com que ela acabe. Há três fatores que definem o ponto de virada:

  • regra dos eleitos;
  • fator de fixação;
  • poder do contexto.

A regra dos eleitos mostra quem são as pessoas que impulsionam o fenômeno até o ponto de virada.

  • “Experts”: os criadores das tendências e as fontes seguras de informações. Eles são acumuladores de conhecimento e sentem uma grande vontade de compartilhar o que sabem.
  • “Comunicadores”: os que têm o talento para reunir muitas pessoas, sendo a ponte entre elas. Eles são bons para fazer amigos e conhecidos. Também são bem relacionados e conhecem pessoas importantes.
  • “Vendedores”: responsáveis por convencer os outros a adotarem a epidemia social. São eles que intensificam a epidemia de boca a boca.

Cada um tem um papel. O expert idealiza, o comunicador une e o vendedor evangeliza.

Fator de fixação e poder do contexto

A regra dos eleitos diz que os três perfis de mensageiros importam para a popularidade da mensagem. No entanto, ela também precisa de um bom “fator de fixação”. Isso significa que precisa ser fácil de memorizar e de disseminar. É o elemento contagiante.

Nesse caso, elementos simples como frases curtas e imagens fáceis de assimilar fazem a diferença. O último elemento das epidemias sociais é o “poder de contexto”. Não adianta ter bons eleitos se o ambiente não contribuir. 

Um exemplo dessa ideia é a “teoria das janelas quebradas”. Ela diz que sinais visíveis de transgressão, desobediência civil e comportamento antissocial criam o ambiente urbano que encoraja o crime e a desordem. Isso significa que em cidades com menos vandalismo, por exemplo, as pessoas são inconscientemente menos propensas a cometer homicídios e roubos.

A epidemia de roubos a bancos

As epidemias sociais tem seu lado negativo. A febre de roubos a bancos em Los Angeles nos anos 1980 é um exemplo. Ela virou um fenômeno social contagioso, liderado por criminosos carismáticos e agressivos. Um exemplo é o de Robert Sheldon Brown, conhecido popularmente como “Casper”.

Casper organizou 175 assaltos a bancos. Ele recrutava jovens e usava carros roubados para suas fugas. Suas ações sobrecarregaram o FBI, pois aconteciam mais assaltos do que a agência era capaz de investigar. Algo similar aconteceu com o “bandido yankee” — batizado assim por causa do boné do time de beisebol de Nova Iorque, com o qual aparecia nas câmeras. 

Ele chegou a roubar seis bancos em quatro horas, estabelecendo um recorde para a época. Isso inspirou vários outros criminosos e transformou Los Angeles na capital mundial do assalto a bancos. Quando o FBI finalmente prendeu Casper, isso ajudou a diminuir a onda de crimes, representando um novo ponto de virada.

A variação local

As epidemias sociais variam drasticamente em cada local. Os métodos do ladrão de bancos Willie Sutton, de Nova Iorque, são muito diferentes dos de Casper, o que também gerou níveis de contágio distintos. O ladrão nova-iorquino usou um método engenhoso, no qual se disfarçou com maquiagem e terno sob medida.

Ele estudou um banco no Queens por semanas e usou apenas a lábia para levar o dinheiro, sem disparar um único tiro. Apesar de sua fama e de uma legião de admiradores, Willie Sutton não criou uma epidemia de assaltos em Nova Iorque. Essa é a “variação local”, que também acontece nas epidemias de doenças.

Há lugares em que os vírus se propagam com mais facilidade. Em certas comunidades, mais adeptas à vacinação, as taxas de contágio são mais baixas. Noutras, mais resistentes, elas crescem. O autor cita como exemplo as escolas esotéricas adeptas da “pedagogia Waldorf”, mais resistentes à imunização.

O caso de Philip Esformes

Um ambiente contagioso pode levar as pessoas às ações mais surpreendentes. Em 2019, Philip Esformes foi considerado culpado pelo golpe que deu no Medicare, o sistema de planos de saúde do governo americano feito para idosos e pessoas de baixa renda. Ele vivia uma vida de magnata, com uma Ferrari e um jato particular.

Para o autor, o golpe que Philip Esformes deu no sistema de seguros não é fruto só de sua natureza individual, mas do ambiente. Miami, o ponto central das fraudes, virou, nos anos 1980, um centro de tráfico de drogas e corrupção. O sistema de justiça foi comprometido graças ao dinheiro do crime.

Então, Miami passou por uma mudança demográfica brusca e teve vários eventos traumáticos, o que abalou as práticas de uma cidade até então pacata. Esse ambiente criou na região uma cultura que recompensa a audácia e a ousadia das fraudes. 

O problema das monoculturas

Já passamos da metade do microbook e o autor conta sobre os riscos de criar “monoculturas”, ambientes extremamente homogêneos, onde todas as pessoas compartilham os mesmos valores de excelência acadêmica e esportiva. Isso cria um nível de uniformidade que torna as ṕessoas mais vulneráveis a epidemias sociais.

É similar à vulnerabilidade a epidemias de doenças em animais criados em cativeiro. O autor cita como exemplo a pequena vila de Poplar Grove. Lá, há escolas de ponta. O problema é que o nível de exigência entre os alunos é muito alto.

Como todo mundo se conhece, todos sofrem a mesma pressão para se destacar. Há carência de variabilidade e os alunos são cobrados para serem como os outros. A triste epidemia social que surgiu dessa pressão e da falta de espaço para a individualidade foi uma onda de suicídios, que provocou a população a refletir sobre seu modelo de realização.

O terceiro mágico

Às vezes, uma minoria pode transformar a dinâmica social de um grupo, graças ao conceito do “terceiro mágico”. Nos anos 1950, graças ao racismo e às tensões étnicas nos Estados Unidos, era incomum encontrar bairros miscigenados. Normalmente, eram predominados por população negra ou branca.

Quando eram bairros de maioria branca, as pessoas negras eram marginalizadas. No entando, existe um número mágico a partir do qual os negros eram capazes de virar a mesa: 30%. Quando 30% da população do bairro era negra, as dinâmicas de preconceito mudavam. Os múltiplos de três são o que o autor chama de “terceiro mágico”.

Uma mulher em um conselho corporativo dominado por homens sofre preconceito e se sente isolada. Duas, formam uma amizade. Mas três, são capazes de formar uma equipe e virar a mesa. Um pequeno e discreto aumento na presença de minorias é capaz de gerar mudanças significativas.

O problema das proporções

A dinâmica das proporções também tem seu lado negativo. As matrículas de atletas em universidades de elite americanas em Harvard são um exemplo. A universidade tem dois tipos de matrícula: as por mérito acadêmico e um outro tipo de ingresso, focado em atletas, filhos de funcionários e pessoas do interesse dos reitores.

Rúgbi, diferentemente do futebol americano, é pouco praticado nos Estados Unidos. No entanto, Harvard mantém uma seleção de atletas desse esporte. Para o autor, isso é uma evidência de uma estratégia de engenharia social: o esporte serve para manter as proporções no ingresso de famílias ricas na universidade.

Diferentemente de universidades guiadas puramente pelo mérito acadêmico, como Caltech, Harvard favorece pessoas financeiramente privilegiadas. É o caso dos atletas de elite. Eles costumam ter acesso a programas de treinamento e consultorias que famílias mais pobres não podem pagar.

A memória do Holocausto

Um uso positivo para a epidemia social é a dinâmica da memória do Holocausto. Quando a mídia investiu em produções pioneiras para a televisão, gerou um efeito na consciência pública e na forma com que a sociedade lidava com o evento. Um exemplo foi o museu do Holocausto, criado em 1961 nos Estados Unidos.

A ideia se espalhou e contagiou pessoas por todo o mundo. A tragédia humanitária da Segunda Guerra Mundial levou tempo para ser amplamente reconhecida. Ela se tornou culturalmente notável só no fim do século XX. Os documentários e séries temáticas contribuíram para esse reconhecimento.

Nos anos 1970, os sobreviventes do Holocausto passaram a desafiar o silêncio em torno do assunto. Isso trouxe ainda mais impacto na conscientização coletiva. Quando uma minissérie sobre o tema foi exibida na Alemanha, seu sucesso fez o governo repensar as leis voltadas aos criminosos de guerra. 

Cultura pop

A mídia também também teve um papel ao influenciar mudanças nas relações sociais. Um exemplo é o seriado “Will & Grace”, que retrata a amizade entre um advogado gay e uma designer de interiores hétero. Antes do seriado, a maior parte dos personagens gays na TV americana eram periféricos e pouco desenvolvidos.

“Will & Grace” quebrou essas regras. Personagens gays passaram a ter um papel central e sua sexualidade foi apresentada com naturalidade. A série teve uma influência profunda em como os americanos viam as pessoas homossexuais. Boa parte das mudanças de opinião em torno de debates como o casamento gay foram provocadas por ela.

Isso mostra que, em alguns casos, a cultura pop tem uma influência maior nas epidemias sociais do que a cultura política. O sucesso da série revelou que a narrativa cultural é uma grande impulsionadora de mudanças sociais, deixando claro que as transformações mais importantes podem vir dos lugares mais inesperados.

As ferramentas estão diante de nós

Um mundo guiado pelas epidemias não é o mesmo que pensamos viver. Quando ouvimos a palavra “contágio”, pensamos automaticamente em um resfriado ou gripe. Temos uma visão biológica do assunto. No entanto, há muitas outras epidemias que são possíveis, como as de crimes ou de moda.

Nas epidemias sociais, pequenas mudanças geram grandes efeitos. São os pontos de virada. Às vezes, temos dificuldade de entender essa dinâmica, porque os efeitos parecem desproporcionais às causas. Mas essa é a matemática da virada, uma mudança súbita e simples que repercute no resto da sociedade.

As epidemias sociais têm regras e limites. Elas mudam de tamanho quando atingem os pontos de virada e é possível saber onde elas estão. Elas também são guiadas por pessoas, que podem ser identificadas. As ferramentas para controlá-las estão diante de nós. É nossa responsabilidade usá-las para criar um mundo melhor.

Notas finais

“Revenge of the tipping point” mostrou um pouco mais das epidemias sociais que o autor apresenta em seu primeiro livro, revelando um lado mais perverso: o contágio de roubos a bancos, suicídios, ingressos elitistas nas universidades e por aí vai. No fim, ele trouxe alguma esperança contando como os contágios também podem contribuir para a inclusão social e o aumento da conscientização sobre temas difíceis e necessários.

Dica do 12min

Malcolm Gladwell apresenta suas principais ideias sobre as epidemias sociais em “O ponto da virada”. O livro mostra como pequenos comportamentos podem contaminar toda a sociedade. Veja no 12min!

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Quem escreveu o livro?

Malcolm Gladwell é um jornalista britânico, criado no Canadá, e atualmente vive em Nova York. É colunista da The New Yorker desde 1996. É mais conhecido como o autor dos livros O Ponto da Virada, Blink, O Que Se Passa na Cabeça dos Cachorros e outras aventuras (Brasil) ou O Que o Cão Viu e outras histórias (Portugal), Fora de Série: Outliers e Davi e Golias. Gladwell começou a carreira na The American Spectator, uma revista mensal. De 1987 a 1996, foi escritor científico, e mais tarde chefe do escritório de Nova Iorque do The Washington Post. Atualmente é colunista na The New Yorker. Os seus livros The Tipping Point (2000) e Blink (2005) foram bestsellers internacionais. Ambos os trabalhos foram substancialmente serializados na The New Yorker. Gladwell recebeu um adiantamento de um milhão de dólares para o The Tipping Point, q... (Leia mais)

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